A 324.ª Légua do Rio São Francisco, por Halfeld

A 324.ª Légua do Rio São Francisco.

Descem as águas do Rio com muita velocidade, sempre em leito muito empedrado e dividem-se entre as ilhas da Barra, a do Bode, e a da Tapera de Paulo Affonso. Pela margem esquesrda e quase na metade da extensção desta légua, entra no rio Moxotó, cujo curso demarca a divisa entre as Províncias de Pernambuco e das Alagôas. Este rio dá sómente durante o tempo chuvoso grande volume d’água para o Rio de S. Francisco; fora desta, na estação seca, o seu leito apresenta uma série de poços d’água estagnada, que às vezes são regados por pequenos lagrimaes della. Alguns moradores à beira deste Rio, cujas habitações achão-se distante de taes poços d’água, fazem cacimbar nas áreas ou cascalho do fundo do Rio, em que se ajunta uma água grossa salobra, e de máo gosto; mas assim mesmo ella lhes serve para aplacar a sua sede e para o uso doméstico. Junto e abaixo da Barra do Rio Moxotó, está situada a fazenda que tem o mesmo nome, e mais abaixo a fazenda de Valha-me-Deus; de ambas parte um caminho para o arraial da Mata d’Água Branca, que dista 7 léguas. Pela margem direita, e fronteiro ao Rio Moxotó, entra o Riachão; pouco abaixo da sua barra está o sítio do Riachão, abaixo deste o da Taperinha do Miguel, junto ao riacho de igual nome.